Os principais sábios atenienses
que buscavam explicações para a realidade do mundo estavam confusos. Apenas
diziam que algum deus ficou enfurecido com o crime praticado pelo rei Megacles
e decidiu puni-los com a praga.
O rei obtivera a rendição dos
seguidores de Cilon (Cilón era um ambicioso nobre ateniense, genro do tirano de
Mégara, Teágenes, que veio a ser nomeado arconte e pensou que poderia aplicar o
mesmo sistema político em sua cidade Atenas.) Com uma promessa de anistia,
depois violou sua própria palavra e os matou.
Esta era então a resposta mais
apropriada para justificar a mortandade que acometeu a lendária cidade dos
deuses.
Sem mais opção mandaram um
navio a Cnossos, na ilha de Creta, para buscar um homem chamado Epimênides
(poeta, filosofo e talvez seria um dos profetas menores que a bíblia fala). Os
Atenienses acreditavam que esse profeta conhecia uma forma de apaziguar e resolver
com a divindade ofendida, portanto, poderia livrar Atenas do caos da morte.
Então comissionaram um grupo
para ir à procura do profeta de Creta. O possível salvador não recusou o apelo
dos gregos. E logo partiu, quando aquele homem chegou a cidade, admirou-se com
o vasto número de deuses.
Existia um ditado naquele tempo
que dizia; "em Atenas era mais fácil encontrar um deus do que um homem."
Entre tantos destacavam-se
Zeus, Poseidon, Deméter, Héstia, e tantos outros. Tantos deuses e todos totalmente
impotentes diante de tamanho problema que devastava a cidade.
Epimênides, após acercar-se dos
fatos, no momento e local determinado, exigiu um rebanho de ovelhas saudáveis,
um grupo de pedreiros e matérias necessários para edificar um altar. As ovelhas
precisavam ficar em jejum para que na manhã do sacrifício estivessem totalmente
famintas.
Seu Deus escolheria os animais
para o sacrifício. Esse seria o sinal de sua escolha e aprovação: as ovelhas
seriam soltas no pasto verdejante e aquelas que, mesmo famintas, se deitassem
sobre a grama em vez de comerem-na, teriam a preferência para o holocausto.
Dito e feito. O Deus do
referido profeta fez a escolha deixando os expectadores atônitos, perplexos.
Quando os altares foram
edificados, um ancião perguntou qual seria o nome da divindade que ficaria
neles gravado. Afinal, a população de Atenas ficara famosa por sua diversidade
de deuses; era uma colecionadora de deuses.
Mas no passado nomear um deus
equivalia de certo modo atraí-lo ou a possuí-lo.
Epimênides, profeta monoteísta,
explicou que não conhecia o nome do Deus a quem servia, Isto é curioso: o
profeta servia apenas um único Deus e sequer sabia o nome dele.
Mas de uma coisa tinha certeza:
aquele Deus não é um ser qualquer nem estava representado por qualquer ídolo de
Atenas.
E ainda acrescentou que o ser
divino que decidiu auxiliá-los, mesmo não tendo no momento e naquele lugar um
nome pelo qual pudesse ser chamado, entendia a ignorância da população e que,
por não o conhecer, seria incapaz de lhe dar um nome condizente.
Decidiram anotar a palavra "Agnosto
Theo" – que significa "a um deus desconhecido", em cada altar. E no altar
daquele templo que estava gravado a inscrição ao “Deus desconhecido” foram
realizado os holocaustos e sacrifícios ao "Deus desconhecido". Após o
holocausto, ficou evidenciado que aquele Deus tinha atendido ao pedido e a
praga cessou.
Bastaram apenas poucos dias para que ficasse evidente o milagre.
Os doentes sararam, não haviam
mais contaminações, e Atenas, como nunca dantes encheu-se de louvor e gratidão
ao "Deus desconhecido".
Colocaram flores nos altares,
declararam sua manifestação de agradecimento, mas o milagre pode empolgar
pessoas durante algum tempo, todavia não produz devoção duradoura.
Atenas se esqueceu da benção do
Deus desconhecido, deixou que vândalos irreverentes demolissem os altares
usados para o sacrifício. Mais ficou em um dos altares aquela inscrição.
O povo ingrato voltou a cultuar
seus deuses que, na tragédia, que não fizeram nada para ajudá-los.
A história do Deus desconhecido
não desapareceu por completo porque dois anciãos piedosos contrataram pedreiros
para restaurar e polir um dos altares que continham a antiga inscrição: "Agnosto
Theo".
Na esperança de que um dia o
Deus desconhecido se manifestaria novamente, deixaram um registro autêntico do
milagre que possivelmente salvou a “religiosa” Atenas do extermínio.
Bom, daí em diante vocês já conhecem a história. Ano mais tarde Paulo passa por Atenas, lê e explica sobre àquela inscrição em Atos 17:23.
Fonte: https://enfoquebiblico.com.br/o-deus-desconhecido
https://gloria-aleluia.org.br/epimenides
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