Atenas e a história do “ Deus desconhecido”


No ano de 600 a.C. uma praga letal caiu sobre Atenas. Corpos insepultos estavam por todo lado. O povo estava enlutado e atônito. Os sacrifícios expiatórios dedicados a muitos deuses gregos eram inúteis.

Os principais sábios atenienses que buscavam explicações para a realidade do mundo estavam confusos. Apenas diziam que algum deus ficou enfurecido com o crime praticado pelo rei Megacles e decidiu puni-los com a praga.

O rei obtivera a rendição dos seguidores de Cilon (Cilón era um ambicioso nobre ateniense, genro do tirano de Mégara, Teágenes, que veio a ser nomeado arconte e pensou que poderia aplicar o mesmo sistema político em sua cidade Atenas.) Com uma promessa de anistia, depois violou sua própria palavra e os matou.

Esta era então a resposta mais apropriada para justificar a mortandade que acometeu a lendária cidade dos deuses.

Sem mais opção mandaram um navio a Cnossos, na ilha de Creta, para buscar um homem chamado Epimênides (poeta, filosofo e talvez seria um dos profetas menores que a bíblia fala). Os Atenienses acreditavam que esse profeta conhecia uma forma de apaziguar e resolver com a divindade ofendida, portanto, poderia livrar Atenas do caos da morte.

Então comissionaram um grupo para ir à procura do profeta de Creta. O possível salvador não recusou o apelo dos gregos. E logo partiu, quando aquele homem chegou a cidade, admirou-se com o vasto número de deuses.

Existia um ditado naquele tempo que dizia; "em Atenas era mais fácil encontrar um deus do que um homem."

Entre tantos destacavam-se Zeus, Poseidon, Deméter, Héstia, e tantos outros. Tantos deuses e todos totalmente impotentes diante de tamanho problema que devastava a cidade.

Epimênides, após acercar-se dos fatos, no momento e local determinado, exigiu um rebanho de ovelhas saudáveis, um grupo de pedreiros e matérias necessários para edificar um altar. As ovelhas precisavam ficar em jejum para que na manhã do sacrifício estivessem totalmente famintas.

Seu Deus escolheria os animais para o sacrifício. Esse seria o sinal de sua escolha e aprovação: as ovelhas seriam soltas no pasto verdejante e aquelas que, mesmo famintas, se deitassem sobre a grama em vez de comerem-na, teriam a preferência para o holocausto.

Dito e feito. O Deus do referido profeta fez a escolha deixando os expectadores atônitos, perplexos.

Quando os altares foram edificados, um ancião perguntou qual seria o nome da divindade que ficaria neles gravado. Afinal, a população de Atenas ficara famosa por sua diversidade de deuses; era uma colecionadora de deuses.

Mas no passado nomear um deus equivalia de certo modo atraí-lo ou a possuí-lo.

Epimênides, profeta monoteísta, explicou que não conhecia o nome do Deus a quem servia, Isto é curioso: o profeta servia apenas um único Deus e sequer sabia o nome dele.

Mas de uma coisa tinha certeza: aquele Deus não é um ser qualquer nem estava representado por qualquer ídolo de Atenas.

E ainda acrescentou que o ser divino que decidiu auxiliá-los, mesmo não tendo no momento e naquele lugar um nome pelo qual pudesse ser chamado, entendia a ignorância da população e que, por não o conhecer, seria incapaz de lhe dar um nome condizente.

Decidiram anotar a palavra "Agnosto Theo" – que significa "a um deus desconhecido", em cada altar. E no altar daquele templo que estava gravado a inscrição ao “Deus desconhecido” foram realizado os holocaustos e sacrifícios ao "Deus desconhecido". Após o holocausto, ficou evidenciado que aquele Deus tinha atendido ao pedido e a praga cessou.


Bastaram apenas poucos dias para que ficasse evidente o milagre.

Os doentes sararam, não haviam mais contaminações, e Atenas, como nunca dantes encheu-se de louvor e gratidão ao "Deus desconhecido".

Colocaram flores nos altares, declararam sua manifestação de agradecimento, mas o milagre pode empolgar pessoas durante algum tempo, todavia não produz devoção duradoura.

Atenas se esqueceu da benção do Deus desconhecido, deixou que vândalos irreverentes demolissem os altares usados para o sacrifício. Mais ficou em um dos altares aquela inscrição.

O povo ingrato voltou a cultuar seus deuses que, na tragédia, que não fizeram nada para ajudá-los.

A história do Deus desconhecido não desapareceu por completo porque dois anciãos piedosos contrataram pedreiros para restaurar e polir um dos altares que continham a antiga inscrição: "Agnosto Theo".

Na esperança de que um dia o Deus desconhecido se manifestaria novamente, deixaram um registro autêntico do milagre que possivelmente salvou a “religiosa” Atenas do extermínio.

Bom, daí em diante vocês já conhecem a história. Ano mais tarde Paulo passa por Atenas, lê e explica sobre àquela inscrição em Atos 17:23.

Fonte: https://enfoquebiblico.com.br/o-deus-desconhecido
https://gloria-aleluia.org.br/epimenides

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